Sem dúvida alguma um dos Santuários Marianos mais belos do mundo, o Santuário de Lourdes, na França, ficou famoso no mundo todo pelas curas e milagres.
Milhões de pessoas dos mais diversos países visitam todos os anos o Santuário na pequena cidade de menos de 15 mil habitantes em busca de curas físicas ou espirituais.
As lembranças da associação entre o santuário mariano e a busca pelas curas e milagres estão por toda parte, seja no belíssimo mosaico mostrando Jesus curando o paralítico (Mc 2,1-12) na escadaria da Basílica do Rosário, em monumentos ou nos inúmeros carrinhos e cadeiras de roda com os quais se cruza a toda hora.
Tudo começou em 1858, quando a Virgem Maria apareceu para Bernadette Soubirous, uma jovem humilde e com problemas de saúde, quando ela estava em frente à Gruta de Massabielle à procura de gravetos para esquentar a casa onde morava com a família e ossos de animais para vender.
Depois da primeira aparição, no dia 11 de fevereiro daquele ano, Nossa Senhora ainda apareceu outras 17 vezes para Bernadette, mais tarde canonizada como Santa Bernardette.
A notícia sobre as aparições se espalharam e passaram a atrair cada vez mais pessoas para acompanhar as visitas de Bernadette à gruta.
As primeiras curas inexplicáveis não tardaram a acontecer. Já no dia 1º de Março de 1858, a Sra. Catherine Latapie, da cidade de Loubajac, de 38 anos de idade, foi curada de uma paralisia que já durava 18 meses.
Essa cura foi a primeira a ser aceita como milagrosa pela Igreja e logo foi seguida por outras.
Hoje a lista já chega a 70 nomes, sem contar outros 7.000 casos de cura não reconhecidos pela Igreja mas considerados inexplicáveis para a ciência.
A associação entre Lourdes e a cura de doenças do corpo e da mente é tão frequente que em 1992 São João Paulo II estabeleceu que o dia 11 de fevereiro, em que é comemorada a Festa de Nossa Senhora de Lourdes, passasse a ser também o Dia Mundial do Doente, celebrado pela primeira vez em Lourdes em 1993.
Confira aqui a lista oficial de miraculados (em Espanhol).
Segundo o Santuário de Lourdes, a cada ano 80.000 doentes e pessoas com necessidades especiais chegam em busca de cura.
Além de toda uma estrutura que conta com dois hospitais e milhares de enfermeiras, enfermeiras e médicos, todos voluntários, o Santuário ainda disponibiliza meios de transporte adequados para esses peregrinos.
Todos os serviços são gratuitos e as famílias dos doentes que necessitarem ainda podem receber acomodação com valores muito baixos em diversos meios de hospedagem do próprio Santuário.
Desde cedo já é possível ver um número muito grande de pessoas doentes, idosas e portadoras de deficiências por toda a área do Santuário e sua presença em massa pode ser observada na Gruta das Aparições, nos banhos, na procissão eucarística diária no final da tarde e na tradicional procissão diária à luz de velas, que começa às 21h00.
O grande fluxo de doentes e pessoas com necessidades especiais que chega a Lourdes pode ser avaliado já no aeroporto de Tarbes-Lourdes, que serve a cidade.
Além de serviços mais prosaicos, como banheiros adaptados, o aeroporto oferece uma ala de embarque especial com quartos para doentes mais graves e área de estar para seus acompanhantes, bem como cadeiras de rodas e plataformas para levar doentes com dificuldades de locomoção até a porta dos aviões.
No Santuário de Lourdes as curas são levadas muito a sério e analisadas com critérios científicos muito precisos.
Desde o princípio, todas as alegadas curas eram submetidas pelo bispo de Tarbes, responsável por Lourdes, ao escrutínio de um médico.
Em 1883 foi criado o Escritório de Constatações Médicas (“Bureau des Constatations Médicales“), formado por médicos que examina o caso do suposto milagre, usando a mesma metodologia empregada na investigação científica.
Atualmente, depois de verificadas como inexplicáveis, as curas são encaminhadas para os especialistas do Comitê Médico Internacional de Lourdes, que examina toda a documentação referente a cada caso e, não encontrando uma explicação científica, certifica que a cura não pode ser explicada à luz dos conhecimentos científicos atuais.
A proclamação de uma cura inexplicável para a ciência como milagrosa pode ser feita, então, pela Igreja, depois de um processo que costuma ser longo, muito exigente e demorado.
É por essa razão que existe uma grande diferença entre o número de curas consideradas inexplicáveis e as consideradas milagrosas.
Para ser considerada como extraordinária ou inexplicável, uma cura deve atender sete critérios:
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