Especialista fala das perspectivas de recuperação do turismo religioso

A pandemia de Covid-19 foi a crise mais grave e longa que o mercado turístico teve de enfrentar em toda a sua história.

Depois de quase um ano e meio de pandemia, todos os segmentos turísticos foram duramente afetados, mas provavelmente o turismo religioso foi um dos que mais sofreu com as medidas que precisaram ser tomadas pelas autoridades em todo o mundo.

Com a vacinação avançando e os governos estaduais e municipais flexibilizando as medidas que impediam ou limitavam seriamente o turismo religioso, o segmento mostra tendências de começar a se recuperar.

Para ter um panorama mais amplo das perspectivas de recuperação do turismo religioso, conversamos a esse respeito com o empresário Pedro Kempe, diretor da Domus Viagens e um respeitado especialista em turismo religioso. Confira:

Como está o mercado de viagens de turismo religioso no segundo semestre de 2021?

As viagens no Brasil estão voltando. As pessoas ainda estão se cuidando muito e talvez um pouco receosas, mas dia a dia estamos vendo que todos estão ganhando mais otimismo e voltando a planejar viagens mais longas. Até então já alguns estavam indo de carro, mas agora a confiança tem aumentado e vemos pouco a pouco a confiança aumentar. As viagens rodoviárias ainda são poucas. A vacinação tem aumentado muito o otimismo e, se Deus quiser, encerraremos o ano com as viagens bem melhores.

Quais foram os principais reflexos da pandemia para o mercado de viagens de turismo religioso?

Assim como o Turismo em geral, o religioso também sofreu muito, pois igrejas, atrativos em geral e restaurantes fecharam, a malha aérea diminuiu e as bandeiras vermelhas foram erguidas nas cidades…e isso foi bastante assustador para todos. Além do impacto econômico, o emocional das pessoas também foi afetado.

O que foi preciso mudar na sua empresa para fazer frente à pandemia?

Nos readaptamos rapidamente. Logo do inicio éramos 10 pessoas e reduzimos para 6, contando os sócios. Passamos para o atendimento remoto e criamos o whatsapp central para atendimento 41 999480909 onde todos podem atender pelo mesmo número, assim centralizando atendimento e melhor controle para tudo. Adiamos e remarcamos muitas viagens e ainda temos grupos de viagens que deveriam ter sido entregues em 2020 para embarcar neste 2022 que entra. Na parte econômica, com o apoio da ABAV na frente do pedido de apoio com as MPs de proteção ao turismo, utilizamos a do emprego, dos adiamentos de viagens e participamos muito como voluntários para apoiar nosso mercado. Outro ponto forte é que na pandemia a Domus lançou seu novo portal (www.domusviagens.com.br)  com hotelaria online, peregrinações online e com acesso exclusive para agentes de viagens parceiros e também para peregrinos. 

As viagens religiosas terão de mudar para poderem ser feitas a partir do momento em que as fronteiras forem reabertas? O que deve ter de ser mudado?

O que mudará será seguir os protocolos vigentes. Uma coisa é certa, máscara e álcool em gel vieram para ficar, principalmente em lugares fechados e ou países onde a higiene não é tão rigorosa. A atenção maior é estar de olho nas regras de cada país antes do seu embarque para evitar chegar no aeroporto e dar com a cara na porta. Outra ainda é o passageiro cuidar de sua saúde, pois quem chegar no aeroporto com febre e ou com alguma doença contagiosa poderá ter uma barreira e não embarcar.

Algum dos mercados tradicionais de turismo religioso deve ser mais prejudicado ou beneficiado que os demais com as medidas de segurança e higiene que devem continuar sendo adotadas no período pós-pandemia?

Os mercados que já estavam estruturados – e o governo tem bons olhos neles – se recuperarão rapidamente, e os pequenos também… Talvez quem não seja nem grande nem pequeno no momento sofra mais. De toda forma, a partir de agora é uma crescente…lenta, mas é uma crescente para todos os mercados.

Com o fechamento das fronteiras causado pela pandemia de coronavírus, foi preciso passar a desenvolver viagens para destinos de turismo religioso dentro do Brasil. Quais foram as dificuldades enfrentadas?

O maior desafio foi dizer para as pessoas que as viagens eram confiáveis e que os protocolos estavam sendo seguidos….e pedir sua confiança para vir viajar.

Basílica de Nossa Senhora do Rosário - Santuário de Fátima, Portugal

Basílica de Nossa Senhora do Rosário, no Santuário de Fátima

Na sua opinião, que destinos nacionais devem ser mais procurados para viagens de turismo religioso nos próximos a curto e médio prazo? E que destinos internacionais?

O Santuário Nacional de Aparecida, a casa da Mãe em sinal de agradecimento, pedidos e intercessões. Depois, as curiosidades que foram despertadas com Irma Dulce na Bahia, com os Santos Mártires de Natal, Santa Paulina em nova Trento, a Rota do Rosário no Paraná, a cidade de Prudentópolis com seus destaque para Páscoa e Juranda, a cidade do Milagre, ainda totalmente virgem para o Turismo. Já no Internacional, Santuários Marianos, Terra Santa, Fátima, em Portugal, e Guadalupe, no México liderarão as peregrinações.

As medidas de segurança e higiene que devem precisar ser adotadas a curto e médio prazo para viagens devem ter impactos nos preços?

Possivelmente a exigência de teste de RT-PCR para Covid, o teste feito 10 dias antes da viagem, já que ninguém quer chegar no aeroporto com dúvidas e, além disso, os cuidados de higiene normais com álcool em gel e máscaras.

Na sua opinião, o perfil dos passageiros no período pós-pandemia deve continuar sendo o mesmo de antes da pandemia?

Precisamos ir com muito pé no chão, pois as viagens vão recomeçar, mas a passos lentos. A pandemia foi forte demais para o turismo e machucou empresários e peregrinos. Precisamos ir com calma e pés no chão. Pelo menos até Abril de 2022, quando tudo deverá começar a ficar muito mais claro.  

Mais alguma observação a respeito das mudanças trazidas pela pandemia?

As viagens no Turismo Religioso e Internacional devem sensibilizar muito as pessoas para o lado mais humano. Veremos pessoas mais preocupadas com o impacto do Covid em cada local, sensibilizadas por locais onde os reflexos da doença ou na economia foram mais duramente sentidos. Teremos os países mais pobres onde a vacinação será mais lenta, gerando sentimento de querer ajudar. Enfim, é um novo tempo de viagens e acredito que todos estaremos mais sensíveis a tudo que passou. E se Deus quiser, agora é vida nova.

 

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