Uma das passagens menos conhecidas das Sagradas Escrituras é a que se refere à fuga de Jesus, Maria e José – a Sagrada Família – para o Egito, encontrada no Evangelho de São Mateus.
Mesmo Mateus, o único Evangelista a escrever sobre a Fuga para o Egito, dedica apenas dez versículos para narrar essa passagem (Mateus 2:13-23), uma epopeia de três anos e meio.
Segundo Mateus, “um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar. José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito“.
“Com a morte de Herodes, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do menino. José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel”, finaliza.
Do mesmo modo, também em termos do turismo religioso, o trajeto percorrido pela Sagrada Família durante a sua fuga para o Egito ainda é pouco divulgado, mas sem dúvida alguma é uma opção extremamente interessante para quem já conhece destinos como a Terra Santa e a Jordânia.
Interessado em dar maior impulso para esse roteiro, o Ministério de Turismo do Egito convidou autoridades eclesiásticas e jornalistas de veículos ligados ao turismo religioso de todo o mundo para irem conhecer pessoalmente os principais locais relacionados à passagem de Jesus, Maria e José pelo país, fugindo de Herodes.
A Viagens de Fé teve a honra de ser a única publicação brasileira convidada a integrar esse seleto grupo.
Impressões do viajante
O trajeto do Brasil até o Egito é feito por avião e leva menos de um dia. Apesar de não existirem vôos diretos, a ligação é feita por diversas empresas aéreas, que oferecem a opção de escalas na Europa, no Oriente Médio ou na África.
Não é preciso visto, basta estar com o passaporte em dia e ter o certificado de vacinação contra febre amarela.
No nosso caso, optamos pela Turkish Airlines, por ter o menor tempo de voo, um avião moderno e confortável e excelente serviço de bordo.
Além disso, a empresa faz uma conexão de apenas três horas no moderno aeroporto de Istambul, que oferece uma ótima estrutura para os viajantes.
A primeira impressão que se tem ao chegar pela primeira vez ao Egito é da onipresença do deserto e da sua areia, que está por todo lado.
Antes mesmo de chegar, basta olhar pela janela do avião que essa impressão já bate forte.
Do alto, as ondulações e a ausência quase que absoluta de cidades e vegetação lembram a imagem de um oceano.
Chegando ao chão, bate forte a sensação de que a regra é o deserto. As cidades são a exceção. A areia domina, seja fisicamente ou em praticamente quase todas as superfícies ou nas cores.
Mesmo no Cairo, metrópole de milhões de habitantes e capital do país, praticamente não há para onde se olhe e não veja areia. Os subúrbios parecem prestes a ser engolidos pelo deserto, tamanha a proximidade.
Não há meio termo, não há transição. O asfalto termina onde a areia sem fim começa.
O verde, mesmo às margens do mítico rio Nilo, leva uma camada de bege.
O rio, que corta cidade do Cairo e percorre e praticamente divide o país de Norte a Sul, confirma a frase do historiador grego Heródoto, que cinco séculos antes de Cristo afirmou que “o Egito é uma dádiva do Nilo”.
Alguns quilômetros à sua direita e esquerda, plantações tiram proveito da água e dos nutrientes deixados no solo pelas enchentes.
Passado esse cinturão, o deserto e o calor voltam a dominar. E num ambiente desses, a sobrevivência do homem é uma batalha diária contra o sol inclemente, a sede e a falta de alimentos.
Nem bem cheguei e essa impressão ficou marcada bem forte no meu coração: foi isso que a Sagrada Família fez! Lutou para sobreviver.
Lutou para fugir de Herodes, com certeza viajando quase sempre à noite e usando estradas secundárias, pois nas principais eles seriam notados e os soldados encontrariam com muito maior facilidade.
Mas não foi só isso que enfrentaram Maria, então com aproximadamente quinze anos; Jesus, seu bebê de poucos dias ou meses, e José, seu marido.
Havia também o perigo dos saqueadores e bandidos que viviam de assaltar os viajantes, o frio da noite, o calor inclemente durante o dia, a sede, a fome, a falta de lugar para dormir… Esta provavelmente foi a primeira provação pela qual a Sagrada Família passou!
O texto é longo e a estória merece ser contada com calma e refletida.
Confesso que a impressão ainda é forte, não só por percorrer os mesmos caminhos por onde passou a Sagrada Família, mas por sentir bem forte que o sofrimento de Jesus começou quando ele ainda era um bebê. Portanto, em breve eu continuo, ok?
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