Santa Rita de Cássia e o turismo religioso alteraram a rotina e a economia da cidade de Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte.
Antes um mero ponto de passagem na estrada que liga Natal à região do Seridó, Santa Cruz virou um importante destino de turismo religioso com a construção da estátua de Santa Rita de Cássia, de 56 metros de altura, e dos devotos da “santa das causas impossíveis”.
Durante a abertura da festa de Santa Rita de Cássia deste ano, os milhares de visitantes puderam comprovar como a fé pode transformar cidades, a exemplo do que aconteceu e acontece em outros grandes centros do turismo religioso.
Hotéis e restaurantes lotados, bem como o comércio de artigos religiosos e artesanato, entre outros serviços, fazem girar a economia local.
Lanchonetes, bares, supermercados, mercearias e prestadores de serviço de diversos tipos, como táxis e vans, são outro exemplo.
A tradicional festa de Santa Rita de Cássia se tornou o principal período de visitação e alterou a vida da cidade.
Só a procissão do dia de Santa Rita de Cássia, 22 de maio, foi acompanhada por mais de 100 mil pessoas, movimentando mais de 600 ônibus, conforme dados oficiais da PM, Bombeiros e Paróquia de Santa Rita de Cássia.
Com Santa Rita de Cássia, turismo religioso movimenta a economia
Santa Cruz é um exemplo de como a parceria harmoniosa entre o poder público e a Igreja pode criar em poucos anos um importante destino de turismo religioso.
Mais do que isso, vem se transformando em exemplo de como uma cidade deve tratar o turista, investindo em limpeza, sinalização, segurança e infraestrutura.
Atento à movimentação turística, o empresário Demontier Borges abriu um restaurante ao lado da antiga padaria. Ele chega a servir até duas mil refeições nos dias de maior movimento.
Por causa da demanda, o padeiro já decidiu que vai ampliar os negócios com foco no atendimento aos visitantes.
A Prefeitura local, com o apoio do Sebrae, do Senac e outras entidades, vem trabalhando para que outros empresários façam o mesmo, ao mesmo tempo em que investem na qualificação de mão de obra para trabalhar nos estabelecimentos existentes e nos que devem ser criados para fazer frente à demanda das centenas de milhares de visitantes.
Em São Paulo, a Basílica Nacional de Aparecida, maior santuário mariano do mundo, é um exemplo de como o turismo transforma a economia de um destino. São quase 12 milhões de visitas por ano.
Tudo começou aos poucos, há 300 anos, quando pescadores encontraram a imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul.
Atualmente, o turismo movimenta 80% da economia local e de municípios vizinhos como Cachoeira Paulista e Guaratinguetá.
As duas cidades recebem, respectivamente, 2 milhões e 600 mil visitantes por ano, em função da Canção Nova e do santuário de Frei Galvão, primeiro santo brasileiro.
Um levantamento do movimento dos principais destinos de turismo religioso católico do Brasil feito pela Expotour Católica e pela revista eletrônica Viagens de Fé revelou que o segmento atrai mais de 30 milhões de visitantes por ano.
“Temos mais de 300 destinos com oferta de turismo religioso, calendário de eventos e produtos prontos para comercialização”, explica Manoel Sidnésio, organizador da Expotour Católica e do Fórum Nacional de Turismo Religioso, eventos que ajudam a consolidar o segmento e a revelar novos destinos.
Para ele, o potencial econômico do turismo religioso, inclusive não cristão, ainda é pouco explorado. Santa Cruz é um exemplo embrionário de Juazeiro do Norte (CE) no passado.
Hoje, a cidade cearense da região do Cariri é um polo comercial, industrial, universitário e hospitalar que tem no turismo religioso um grande aliado do desenvolvimento regional.
Infraestrutura e atrações
O Ministério do Turismo apoia os destinos de turismo religioso com investimentos em infraestrutura, promoção e qualificação.
Um dos muitos exemplos é a construção de um teleférico em Santa Cruz, ligando a igreja matriz, no centro da cidade, ao alto do morro onde está a estátua de Santa Rita de Cássia.
Além de facilitar o acesso à atração, a novidade vai ajudar a atrair ainda mais visitantes para a cidade. As estações de embarque e desembarque já estão prontas e a etapa móvel do teleférico de 1,5 km está em fase de licitação. A previsão de investimento do Ministério na obra é de R$13 milhões.
A cidade também acaba de ganhar outro atrativo para os visitantes, o Museu Rural. Instalado em uma fazenda de casarão secular, o atrativo reúne mais de três mil peças sobre os costumes, o trabalho doméstico e a vida no campo.
No local, o turista desfruta do Parque da Borborema, um conjunto de atrativos voltados para o turismo rural e de aventura em sintonia com a preservação da natureza.
Confira mais informações sobre a importância de Santa Rita de Cássia para o turismo religioso em Santa Cruz clicando aqui.
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