A berlinda com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, durante a Trasladação
O Círio de Nazaré, um dos maiores e mais importantes eventos do turismo religioso do Brasil é também um dos mais tradicionais. Este ano marca a 221ª edição do Cirio, que foi realizado pela primeira vez em 1793, como pagamento de uma promessa.
Envolvida por centenas de milhares de devotos, a berlinda é o ponto focal da procissão da Trasladação
Tradição Naquele ano, o governador português Francisco Coutinho, impressionado com as romarias à ermida de Nazaré, decidiu organizar uma festa pública para divulgar essa devoção. Toda a população do interior foi convidada para uma grande feira, onde as pessoas iriam expor seus produtos da lavoura, além de participar de um fascinante evento religioso.
Só que o governador ficou doente às vésperas da festa. Preocupado, ele prometeu à Virgem que, se melhorasse, iria buscar pessoalmente a imagem na ermida para levá-la até o Palácio do Governo, onde faria celebrar uma miss e, em seguida, a traria de volta em romaria. Recuperado, o governador cumpriu sua promessa e assim se iniciou a maior procissão religiosa do Brasil, pelas então estreitas ruas de terra batida de Belém.
Desde então, o Círio de Nazaré vem sendo realizado, incorporando aos poucos elementos que acabaram se tornando a sua marca registrada. Dois dos mais antigos são a corda puxada pelos fiéis e a berlinda, um tipo de caixa de madeira e vidro dentro da qual é exibida e carregada a imagem de Nossa Senhora de Nazaré durante as “romarias” do Círio.
Trasladação Uma das duas principais “romarias” do Círio de Nazaré é a Trasladação, uma procissão noturna realizada na noite do sábado que antecede a grande procissão diurna, realizada na manhã do dia seguinte. Depois de uma missa celebrada às 17h00, os fiéis conduzem a berlinda com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré até a Igreja da Sé, percorrendo o mesmo trajeto da procissão de domingo, só que no sentido inverso.
Como a procissão acontece à noite, muitos dos devotos carregam velas, criando o que já foi descrito como “um mar de luz”. Ruas e prédios do percurso também são especialmente iluminados e decorados para a ocasião.
Um dos momentos mais emocionantes da procissão ocorre durante a homenagem dos estivadores e arrumadores que trabalham no porto de Belém, que soltam fogos de artifício em honra à Virgem de Nazaré, num verdadeiro espetáculo de cores e luzes.
A cada ano que passa, cresce o número de fiéis que acompanham a Trasladação, que anteriormente era chamada de Antecírio, a ponto de nos últimos anos, a corda atrelada à berlinda ter sido tão disputada quanto na grande procissão de domingo.
Berlinda com nova iluminação A berlinda com a imagem da Virgem de Nazaré, vista durante a procissão da Trasladação
O crescimento do número de fiéis, que faz com que grande parte deles tenha de ficar cada vez mais longe da berlinda, termina implicando em que muitos tenham dificuldade de ver com clareza a imagem de Nossa Senhora de Nazaré durante a procissão da Trasladação.
Esse foi um dos motivos para que desde o ano passado a berlinda ganhasse uma nova iluminação, com cabos de fibra óptica, que têm distribuição de luz mais uniforme que lâmpadas comuns, não conduzem energia elétrica e não esquentam.
Para garantir a iluminação da berlinda serão utilizadas oito baterias, que, além de iluminar a parte interna, onde fica a imagem Nossa Senhora de Nazaré, também vão ajudar a iluminar parte da parte externa, permitindo que o público possa avisar a berlinda de uma distância maior que anteriormente.
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